Maria
EN
Small towns are fertile grounds for creativity. Where there are no big discrtations, things to do or places to go, procrastination, when it’s well explored, turns out to be art. And that was how Maria was born. Legend has it that he, as a teen, missed his classes in order to produce music. Then, he started exploring the hip hop scene - from Detroit to Bristol - working to buy his own records.
Perhaps, it was also there that - even without being aware of it - he began to became the master of sampling we know nowadays. Sampling, of course, but also finding who-sampled-whom, compiling his discoveries. At some point, his journey turned to electronics, with synthesizers and heavy machinery that led him to create several projects and alter-egos, but which, in a certain way, caused the universe to bring him to us.
With an out-of-this-world sensibility, he transposes his aesthetic sense and organization into his productions. As an example, we have Cor & Forma EP, and his contributions to ROXO or Beat Camp. Sometimes it’s very difficult to guess what’s in your mind, because he’s always in a constant contemplation state, searching for new ideas.
PT
As cidades pequenas são terrenos férteis para a criatividade. Quando não há grandes distracções, coisas para fazer ou sitíos onde ir, o ócio, quando bem explorado, acaba por transformar-se em arte. Foi mais ou menos essa a origem de Maria. Reza a lenda que levava uma MPC para a escola e faltava às aulas para ficar a produzir. Aí começaria a explorar os caminhos do hip-hop — de Detroit a Bristol — trabalhando para poder comprar os seus próprios discos.
Talvez tenha sido aí também que — mesmo sem ter consciência disso — se começaria a tornar no ás do sampling que hoje conhecemos. A samplar, claro, mas também a decifrar quem samplou quem, e a compilar as suas descobertas. A certa altura, a sua jornada virou-se para a electrónica, a bordo de sintetizadores e maquinaria pesada que o levaram a criar vários alter-egos, mas que, de certa forma, fizeram com que o universo o trouxesse até nós.
Detentor de uma sensibilidade fora do vulgar, transpõe o seu sentido estético e a sua capacidade de organização para as suas produções. Exemplo disso é o EP Cor e Forma e as suas várias contribuições para as ROXO ou para as Beat Camp. Por vezes pode ser difícil decifrar o que lhe vai na alma, estando sempre em constante estado de contemplação e a engendrar as próximas ideias. Mas a verdade é que Maria veio ensinar-nos que ser-se sentimentalista sem ser lamechas é possível. E até hoje, não conhecemos quem consiga essa proeza tão bem.